quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Feliz Natal

Todos os santos dias desejavam a chegada do dia de natal. Quando finalmente chegou trouxe presentes e esperança para mais um ano. Feliz Natal meus amigos.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

A moto e eu numa estrada pelo céu

As letras vagueiam pela estrada e ultrapassam os pensamentos pela direita. Peço que a estrada  me traga companhia e paisagens que alimentem o sentimento. Depois, sigo pelo céu, curvando nos planetas e estrelas. A minha Triumph é as minhas sandálias, sou o caminho, a moto e o sentimento - numa estrada que consumo, rumo à morte.  Nuno Firmino 21-11-2017 Pinhal Novo


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Ser o fiel da balança

Mundos antagónicos, sempre a darem lições. Só o caminho do meio está livre de extremistas "sábios". Só o caminho do meio não impõe a sua importância. Os outros, os dos lados não passam de pratos da balança egoístas e desequilibrados. Detesto bons e maus da fita prefiro os funâmbulos desta vida.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Escrevendo ao coração

Escrevo as palavras que o meu coração quer ouvir, palavras doces, palavras sorridentes, palavras amorosas. «Sou feliz» – escrevo - «Amo as flores! Amo a vida. Vamos viver em paz. Vamos todos nos dar bem… Vamos ser felizes!»
Espero que gostes destas palavras, meu coração. Um abraço meu. Amo-te!

Da vontade

Quando a paisagem revela estabilidade tudo parece perfeito. Na estabilidade tudo é natural porque o ciclo de vida e morte renova o que deve ser uma roda viva. Enfim, a alquimia. Enfim, a vontade. Éter. Mãos erradas, enfim. Vontade de ser poderoso. Éter, enfim, a alquimia. Vontades... Enfim, nas mãos erradas a moderna alquimia – os tempos modernos.
Todavia, a antiga alquimia continua em correctas mãos. Vontade que tudo se mantenha -, contradição.
Só o discípulo preparado recebe a compreensão.

Das palavras de amor

Palavras de amor são palavras onde o coração abrilhanta as nossas frases.  Palavras meigas ou não, atenciosas. Todas as palavras de amor vêem do coração. Todavia, as pessoas não dizem palavras de amor, com a frequência ou a intensidade para mudarem.
Para dizermos palavras de amor basta escutar o nosso coração.
Como escutar o coração? Sentindo.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Aos saltos e pinotes

O vento impulsiona os meus passos a seguirem adiante. Recuo, à minha frente não sei quem sou. Recuo ao passado, onde me recordo. No passado tudo é conhecido.
Novamente, o vento empurra-me para a frente e de súbito: caminho. Surpresa das surpresas, não me encontro no futuro. Caminho com os pés bem assentes no chão, neste presente onde oiço os meus passos e onde cheiro o aroma do trilho.
Agora, o menino que fui corre, saltita e corre. Sorrio e, neste sorriso, seguro o sol no firmamento. Sorri para sempre menino que dentro do meu peito corres aos saltos e pinotes. Brinca agora menino que eu nunca deixei de ser.
Estou feliz.

Lembranças alegres

Naquela tarde, aquela onde eu brinquei contigo, lembras-te? Quando juntos fomos felizes. Lembro-me tão bem de ti. Sorrindo brincavas comigo. Lembras-te?… Desde essa tarde nunca mais brinquei contigo. Desde essa tarde, tu também nunca mais ouviste o meu riso. Que tens feito? Ainda corres aos pinotes pelo campo aberto, ou já as pernas te pesam como as minhas. Agora que sorris, vejo que não mudaste as feições. Ao sorrires pareces o mesmo menino que comigo brincou naquela tarde. Lembras-te? Brincámos. Rimos… Fomos felizes.

Meninos como tu

Ao inspirar o sol o menino sorriu. Ao expirar o sol, já era noite e foi a lua que subiu.
No topo do céu, mas do outro lado do mundo, o sol encantava outros meninos. Meninos, como ele, que inspiram o sol e exalam a lua.

Tu que esperas por mim

Subindo o horizonte alcanço o topo do mundo. Desço o horizonte e vejo que cheguei de novo ao topo do mundo. Sento-me no topo do mundo, e medito.
Passados muitos dias, torno a erguer-me e a caminhar. Já não procuro o horizonte; procuro, sim, firmar a tua presença em mim.

Sendo

Vejo um mundo de sonhos, uma fórmula esquecida. Vejo sorrisos de crianças, mulheres perdidas. Vejo o mundo sem contornos, fundos sem limites. Vejo o espaço sem fim, redondo. Definido pela circunferência.
Sou eterno, um homem que viveu o mundo. Sou um ser humano que sentiu, pensou, soube e esqueceu, mas não descobriu a chave, o truque da existência. Realidade pensada, imaginada na própria cabeça.
Sou quem sou, já não sou quem fui. Agora sou, no futuro continuarei a ser, mesmo que numa pétala de rosa.

Uma semelhança diferente

Num mundo concorrido, como este, em que vivemos, sinto que o mundo é sempre melhor se for pendurado e estendido ao sol. Principalmente se na Primavera o tempo o permitir. Desse modo, pode o mundo secar, enquanto é abençoado pelo canto dos passarinhos e pelo poisar das libelinhas.
Floresçam mundos novos, concorridos ou não. Sejam eles felizes neste universo paralelo. Sejam doces como o mel e alegres como as crianças são.
Procuro engravidar, e, de mim, fazer nascer um novo mundo. Um mundo lindo como este, contudo diferente. Único, a destacar-se dos outros mundos. Deve ser original. Ter os lábios bonitos, os olhos doces, um corpo de mulher e um sorriso de criança. Ter o atrevimento de quem procura descobrir, ser doce e meigo como o amor. Todavia, irreverente como este mundo concorrido. Contas lançadas, procuro gerar um mundo semelhante a outros mundos que já existem. Um mundo onde o coração conduza as nossas atitudes, mas pendurado e estendido ao sol.

A quarta dimensão

Movimentando a sombra, o homem tentava fugir de si mesmo. A sombra sempre no seu encalço, demonstrando-lhe que ele não podia fugir. Pertencia a este mundo regido por certas leis. Mas, e a quarta dimensão? Fugir será sempre um acto regido por leis, seja em que dimensão for.
Desvio o olhar do homem e retiro-me daquele espaço, voo nos pensamentos, sobrevoando as dimensões conhecidas.
A quarta dimensão, o caminho da magia. Um caminho tão possível aqui mesmo.
Procuro com o olhar o homem e sobrevoo a sua vontade. Ali estava a vontade a conversar com a sombra. A magia – um caminho invisível. Intuitivo.
Duvidas do que não vês? Só acreditas no que vês? Então como podes querer ver, para ver é preciso imaginar. Acreditar que existe – que é possível.
Só assim verás, como por artes mágicas verás.

Acreditar que é possivel

Aprender a caminhar por esta terra abençoada por Deus. Descobrir por debaixo de cada pedra o rosto do criador. Ser feliz, é viver em profunda compaixão, é saber dar a mão. Lado a lado percorrer os caminhos da vida a amparar o outro, alegrando-nos na sua alegria. Acima de tudo querendo o bem, comprovando que quando a vida se celebra desta forma, o amor acontece e gestos nobres honram o instante.
Sentar-se em frente ao mar, escutar os sons da vida, que alegria emana para a existência. Ser feliz, sorrir e dançar, abraçar quem se aproxima, acarinhá-lo como se faz a um filho. Sorrir, e com esse gesto contagiar o mundo. Contagiar a alma dos que estão tristes ou afastados do caminho, perdidos por ermos sombrios. Amar, e ser amado, sorrir e fazer sorrir. Viver a vida com entusiasmo. Com leveza de espírito honrar cada instante, como se dele dependesse todo o nosso futuro (e depende).
Ser humilde entre os melhores, todavia ser aquele que procura acreditar que é possível, confiando-se à vontade de Deus.

Sonhando novos mundos

Movendo o mundo engreno a roda no eixo. Soprando sonhos alcanço a estrela longínqua e coroo o sol – rei do universo. Menino-homem brindo à saúde de todos. Quero poder brincar e saltar rumo ao horizonte, onde a solidão não existe e onde são todos amigos.

Nesse horizonte de mim, espero ser feliz. Manter o sorriso no rosto e a expressão de criança que neste mundo tenho.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

A brisa da madrugada e o perfume

Perfume doce que a brisa da madrugada trouxe a passear ao meu jardim. Alcanço a brisa e cheiro o perfume, como quem alcança um ramo. Sou feliz, pelo tempo que a brisa permitir alcançarei o perfume. Grito: estou feliz!

Quais os nossos sonhos?

Tudo começou com um sonho de uma alma grande, depois essa alma ateou outras grandes almas, entre elas Fernando Pessoa e, agora, Paulo Coelho.
Fernando Pessoa – porque toda a sua obra culmina no alcance da seguinte frase: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Paulo Coelho – porque procura despertar em cada um de nós o guerreiro que luta por um sonho.
Deixo a seguinte sugestão: tornarmos público o sonho da nossa vida. Talvez esse seja o primeiro passo para se concretizar o sonho de Deus na terra.
Porque o nosso sonho é também o sonho de Deus.
Neste dia confesso a todos:
Um dos meus sonhos é ser escritor!

A mais não me obriguem

Quando o rio desce do céu e penetra até às entranhas da terra, no pulsar do sangue, as lágrimas rolam pelo rosto do meu mundo. Sou como sou, a mais não me obriguem. Nasci humano, meu pai o céu, minha mãe a terra, a lua foi quem me criou, e o sol fez de mim homem. Sou como sou, e a mais não me obriguem.
Choro, não tenho vergonha de o dizer, e até grito para toda a gente ouvir:
Sou como sou… e a mais não me obriguem!

Tudo terminou bem

Desvio o rosto e o meu olhar escorrega para a berma do precipício - desisto de ser quem sou. Na solidão do momento, corro para o declive e salto. Nesse salto, procuro a tua mão, não a encontrei.
No momento de tudo acabar, sorrio porque te encontrei.

Vivemos como lobos, morremos presas

Brilha o luar no firmamento da memória, saltita a fada de estrela em estrela. No chão, os lobos uivam, alguns perseguem-nos. Somos homens que fugimos desde a noite dos tempos. Escorregamos e caímos. De novo, caímos e os lobos uivam.
No silêncio que antecede tudo o que irá acabar, já somos presas. Os lobos são quem na verdade sempre fomos. Lobos, fomos lobos! Nesta vida que dura, no tempo fomos lobos. Todavia, morremos presas.

Tornar a nascer

Na dor da vida, o mundo se renova. No prazer da vida, o mundo se renova. Nascimento e morte. Morrer e nascer. 
Morte palavra difícil de dizer, sentimento negro. Vida sentimento claro. A vida é luz, e a morte escuridão. Será?
Sei que um dia irei partir de mim, abandonar este corpo e seguir rumo ao vazio, para nascer de novo e ser feliz.

Conquista

Palavras vivas, letra bonita. Música solta, liberdade de quem a escuta.
A frase ressoa dentro de mim, agora que a escuto sei quem és. Sei o que queres: ser feliz comigo. Espero que saibas que basta sonhares, lutares pelo teu sonho e conquistares o troféu.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

A minha música

Alguém sabe qual a minha música preferida? Duvido, poucos sabem. Pois bem, vou contar-vos este segredo tão bem guardado. Porque encontro neste tema uma ressonância do meu próprio ser. É uma brisa que a minha alma acolhe e faz com que sinta quem sou, com a nitidez de quem está consciente... Trato o mundo como ouço esta música. «Aicha», de Cheb Khaled

terça-feira, 16 de maio de 2017

Meu carrasco, bebo à tua glória

Na forca homens perderam a luz, na forca vidas voaram para longe dos corpos, moradas do ser. A Forca, engenho feio e cruel, onde vidas se soltam, vidas se perdem no etéreo ar que a envolve.
Quando os homens agem assim, dias de pesadelo alcançam os instantes das suas vidas. Movimentos pesados, súplicas entoadas, sonhos partidos como cacos no chão de um bar. Desgraçados aqueles que enforcam os outros, que lhes retiram a luz dos olhos, pesadelos terão pela noite dos tempos. Pesadelos terão enquanto o dia não nascer. Todavia, castigo tremendo, quando a manhã chegar serão salvos, sempre por aqueles que enforcaram, porque serão os sons que escutaram que os despertarão e, o que viram, a imagem da redenção.
Sorri agora pobre pecador, pois o teu riso será a imagem da tua glória quando o teu dia chegar. Eu mesmo te salvarei, castigo tremendo porque te perdoo. 


Benditos

Benditos os que vêem, num sorriso, a expressão de Deus… E benditos aqueles que amam o próximo como a si mesmos, porque serão esses os nossos melhores amigos e das maiores bênçãos da nossa vida.


Ser original

Em quase tudo a vida se repete, em quase tudo... sei que sim, que tudo, ou quase tudo, se repete. Sei também que a vida é assim, sei também que a morte é assim... se repetem. tudo, ou quase tudo, é assim. Quando sabemos que assim é, então sabemos quem somos, uma repetição do que fomos, ou do que no futuro seremos. Porque a originalidade é difícil de achar.


Diferente

Sei quem sou, e isso, pelo contrário, não me alegra, só me alimenta a tristeza. Isto porque quem sabe quem é chegou ao seu primeiro patamar. Um patamar que ainda demora a desaparecer debaixo de quem somos para então sermos tudo. Só saber quem somos não é bom, bom é ser tudo! Porque só sendo tudo seremos quem somos, em vez de apenas sabermos quem somos. Porque «saber» é bem diferente de «ser», é outro o verbo, é outro o teor da palavra. 


sexta-feira, 12 de maio de 2017

Da obra de sonhos e Deus

Assim que o rio desagua no mar, o sonho do rio foi realizado. Agora o rio existe numa dimensão superior, porque entrou em contacto com toda a imensidão do mar.Tal como um rio, o nosso propósito também é desaguar em Deus, para que possamos entrar em contacto com toda a imensidão do criador. Como escreveu Fernando Pessoa:
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.Deus quis que a terra fosse toda uma,Que o mar unisse, já não separasse.Sagrou-te, e foste desvendando a espuma”
Deus quer. Todavia, o homem nem sempre sonha o sensato e a obra pouco se nos desvenda.

A menina e a estrela

No céu, uma estrela sorria, era linda como o sol. O seu rosto era tão belo como a mais graciosa flor; já todos viram uma flor!? Sim, a estrela era tão bonita como a flor mais linda que vocês já viram. E, cá em baixo, a admirar a estrela lá no alto, estava uma menina tão bonita como qualquer uma de vós.
Esta menina sonhava em poder subir ao céu para cumprimentar a estrela e abraçá-la. Todavia, essa menina estava fechada num sítio feio, onde abusavam dela e onde a obrigavam a fazer coisas de que não gostava, tais como entrar com homens para um quarto e ser submetida aos mais cruéis rituais.
A menina tinha pena de si e do mundo, porque era no mundo que ela via outras meninas que, tal como ela, eram cruelmente abusadas. Mas a admirar a estrela lá no alto, a menina, sem saber bem porquê, sentia que algo podia mudar, para isso bastava olhar aquela estrela. Assim aconteceu, noite após noite, a menina contemplava a estrela mais bonita do céu, até que certa vez voou até ela e a abraçou.
O que aconteceu a seguir só Deus saberá, o certo é que, cá em baixo, o mundo continua a assistir a meninas que entram com homens para quartos, e nada mudou:
A estrela continua lá no alto e, cá em baixo, já uma nova menina olha o céu. Também ela sonha em poder abraçar aquela estrela, cujo rosto é tão belo como a mais graciosa flor.


O perfume das almas

O perfume das almas invade quem sou. Sem permissão entra em mim.
Cá dentro, o perfume passeia. Faz emergir um aroma que se escapa para o exterior.
Deixei de ser quem era e passei a fazer parte do imenso, não tenho como evitar. Estou perdido. O meu fim começou no exacto momento em que o perfume das almas invadiu o meu íntimo.
Não há quem me resgate agora. Agora sou livre, estou por todo o lado. Já não sou egoísta. Estou perdido. Eternamente perdido... E tão maravilhoso é este sentimento.


sexta-feira, 21 de abril de 2017

A Fada e o Poeta

Uma fada púrpura dançava uma linda dança de encantar. Era a fada mais animada de todo o reino. Vem dançar; convidava ela a quem passava. Vem dançar comigo. Mas ninguém aceitava.
Aquele era um entardecer de oiro (todos os entardeceres são de oiro, e as noites são de prata, mas isso toda a gente sabe) em que, uma vez mais, a fada não tinha companhia. Por isso chorava. E chorava... chorava. De tanto chorar, um lago cresceu debaixo dos seu pés.
Sei como é difícil acreditar mas, com o tempo, esse lago cresceu tanto que se tornou num esplêndido mar; e a fada? A fada transformou-se numa linda sereia.
E assim foi, a sereia continuou, pelo mar, a convidar todos para dançar. Numa noite de prata convidou Camões, que por aquele mar navegava, e ele aceitou! Dançam até hoje, e tão bem que ela se tornou a musa de Camões, e Camões o seu par.
Que lindo par eles fazem; todos dizem.


Como os lírios do campo

Num sorriso de verdade qualquer um de nós consegue ver uma aldeia com telhados doirados, janelas abertas ao sol e um forno comunitário que coze pão todo o dia.
Para praticarmos este sorriso de verdade precisamos de pelo menos três qualidades: são elas a sinceridade, a compaixão e a alegria. Quando estas três qualidades se juntam, como que para um baile de aldeia, um sorriso de verdade cresce no nosso rosto.
Este é um sorriso semelhante aos lírios do campo, que só nascem quando as condições certas acontecem.


Para o amor surgir

A palavra AMOR constrói-se com a letra A, com a letra M, com a letra O e, por fim, com a letra R.
Assim se constrói a palavra amor. Juntando quatro letrinhas, pela ordem necessária.
Agora, transferindo isto para a vida prática, como se constrói o Amor? Que características serão necessárias juntar pela ordem natural?
Dir-me-ão provavelmente:
- O amor não se rege pelas mesmas leis que a palavra AMOR!
Como podem ter tanta certeza?... Pois, até mesmo para o amor surgir, é preciso combinar uma sequência natural de sinais.


Do destino de homens e folhas

A folha verde planava. Nessa viagem de encantar, saboreava o instante. Momento mágico em que planava livre e solta. Livre como um pássaro, estava feliz. Quando aterrou, no chão verde dum jardim bonito, chegou ao seu destino. Em breve, a terra viria aconchegar-lhe os lençóis e desejar uma noite descansada.


O nosso destino é morrer

Passos, escuto passos. São homens que caminham para aqui, para o seu destino. Passos escuto passos, eles querem aqui entrar.
Passos, escuto passos. São homens que se aproximam.
- Abre...
- Vão embora!
- Não... Andemos muito para aqui chegar. Agora não podemos voltar atrás.
- Vão embora!!
Os homens sentaram-se à porta do destino e esperaram até que a morte os levou. Então, sim, puderam entrar.


quinta-feira, 20 de abril de 2017

Ao encontro do ser humano

Era Inverno e o vento levantava as estradas no alto do céu. Como um ciclone, o vento encurvava as estradas no alto do céu. Nesse Inverno, as estradas escreveram frases lindas no alto do céu.
Quando chegou a Primavera, no alto do céu as estradas cortaram nuvens, contornaram nuvens no alto do céu e desenharam emoções entre o sol e a lua.
Depois chegou o Verão, e com ele o calor do Verão. O alcatrão das estradas derreteu e, cá em baixo, choveram estradas. Até que, lá em cima, nenhuma estrada ficou.
Depois o Outono trouxe o cair das folhas, mas nenhuma estrada desceu com as folhas. Já que as estradas tinham caído todas antes de tempo.
Tudo isto aconteceu com as estradas. Todavia podia ter acontecido connosco. Mas isso não ocorreu. Felizmente isso não aconteceu... isso ainda não aconteceu.
Lá no alto, lá no cimo do céu, nenhum ser humano voa sem ter asas. Lá em cima, lá no alto do céu, nenhum ser humano permanece sem ter asas. Mas todos os seres humanos voam cá em baixo sem ter asas, os seres humanos voam melhor onde não precisam ter asas.
Voam com a sua imaginação. Eles voam com a sua imaginação, eles caminham por estradas que atravessam nuvens. Livres eles voam com a sua imaginação.
É cá em baixo que o ser humano se encontra. Ele poderá voar se tiver asas, mas lá em cima só encontrará solidão, porque ele próprio não se encontra lá em cima.
É cá em baixo que o ser humano se encontra com ele próprio. É cá em baixo onde o chão seja firme.
» Para se encontrar em equilíbrio, o ser humano necessita harmonizar forças (fogo, água, terra, ar) numa sequência de intenções.


Da montanha num terreno árido

Conquistado o pedaço de terra, árdua fadiga, súplica tamanha. Pedra depois de pedra, limpando o terreno, amontoando dores. É contraditório o impulso que leva a seguir adiante, porque este também acarreta entraves.
Sobre o terreno árido, as pedras descansam, fundeando-se o mais que podem. Sem querer, o milagre acontece. Sempre sem querer...
O querer é impulso que leva a seguir adiante, mas que acarreta esses entraves. São eles  pedras pesadas que pousam na terra árida do terreno como tartarugas... redondas e lentas. Peso que empurra o solo árido do terreno, que o calca.
E uma pedra pequena no sapato do caminhante, com o tempo cresce e se torna do tamanho da montanha alta que se vê ao fundo.


O sobe e desce da vida

A descida continuava a descer. Eu descia, descia, descia... No fim da descida, sentei-me.
Olhando para trás, contemplava uma imensa subida. Não tinha agora outra solução, apenas subir!
Levantei-me e subi, logo parei. Olhando para trás, contemplava agora a descida que há pouco era uma subida. E desci.
Quando cheguei ao fim da descida, dei meia volta e subi. Depois desci um pouco, para novamente subir um pouco, e assim fiz por dias, meses e até anos.
Por fim, cansado, deitei-me. Quando o fiz, já nem subia nem descia. «Percebera que as subidas e as descidas são a mesma coisa, basta mudar o nosso ponto de vista.»

- Dizem que é na hora da morte que nos deparamos com a simplicidade da vida, pena já ser tarde.

Pelas mãos da Deusa

Bandeiras ao vento alegram a tarde que já quer anoitecer.
Assobiando cantos de embalar os pássaros poisam nos melhores galhos.
Uma gargalhada de cristal, cintila, vinda do oriente. É um buda que passeia por lá. Vontade de rir assim - a minha maior vontade.
Quando os morcegos levantam nas alturas, a lua resplandece na noite cândida. Chegou a Deusa que aprecia a magia dos gestos. A ternura dos carinhos.
Depois, do tempo que durou, as mãos sucumbem aos últimos gestos e repousam, pousadas na pele suada daqueles que amam.
Logo pela manhã, actuais gestos repetem práticas seculares. Lavam o rosto e limpam as lembranças do passado.

À procura duma alma que se perdeu

- Uma alma perdida é uma alma por encontrar.
- Onde podemos encontrar uma alma perdida?
- Para encontrar uma alma perdida, o primeiro passo é começarmos a procurar. O segundo passo é lermos os sinais que o caminho nos vai dando. Por fim, o terceiro passo é convencê-la a vir connosco, a regressar connosco.
- Como podemos convencê-la?
- Parece uma tarefa difícil... no entanto, é muito fácil se lhe falarmos ao coração.
- As almas perdidas têm coração?
- Sim, têm. Por vezes é difícil acreditar, mas elas ainda têm coração!
- O que lhe devemos dizer, então?
- Na maioria das vezes nem precisamos dizer nada. Basta inundá-las com a luz do nosso amor. Como elas têm fome de luz, virão naturalmente connosco. Conhecem alguém que, tendo fome, se recusa a comer?
Dêem-lhes o vosso amor e elas regressarão ao lugar onde pertencem.


Como o vento num dia de temporal

As paredes no meu peito estreitam, apertam-me como se uma mão me fechasse e me enclausurasse dentro da tristeza.
Entendes? É uma Angústia desmedida que no meu peito faz ninho.
E sinto-me como o vento, livre dentro da minha tristeza. Sinto-me como o vento nos dias de temporal, pesado, arrastando tudo numa cólera tamanha.
Hoje sinto-me, assim, como o vento num dia de temporal.



Não me obriguem a morrer

No parapeito do precipício encaro a minha morte.
Não. Continuarei a escapar-me de ti, pelos tempos que hão-de vir.
Sou livre. Não me obriguem a fazer o que não quero. Sou livre, e irei viver para sempre.
A eternidade está dentro de mim.
A minha alma é quem sou. E continuarei vivo.
É este o meu desejo. Não me obriguem a morrer.


segunda-feira, 10 de abril de 2017

O que o Lego deixou escrito

Sou uma clematite. Sou o vento. Sou eu próprio quando sou a clematite e o vento. Sou quem sou quando sou tudo o que me rodeia. Se tiveres ao meu lado, sou quem és, e tu és quem sou. Sou o sol, se o sol existir em mim. Sou a mulher, se a mulher for quem sou. Sou Deus, se Deus existir em mim.
Sou quem sou se for tudo aquilo que me rodeia, desde a clematite, desde o vento, desde o céu, a estrela, o mar, o homem, a mulher. Desde Deus.
Eu não sou quem penso, só vou sentir quem sou quando tudo o que penso cair como um Lego - escrevendo quem sou numa mesa.
Sou o que o Lego deixou escrito.

A esperança que nos salva

Vejo no mundo vontades que me fazem aguardar por um mal pior. E vejo o que acontece como um prenúncio do que aí vem: uma força que derrubará tudo o que foi construído. 
Agora que a destruição espreita, apenas vontades diferentes têm o poder de mudar o rumo do que vai acontecer.
Ser feliz também é acreditar num futuro condigno para a humanidade. Pensar desta maneira, já faz crescer dentro de nós uma alegria imensa.
Então, acreditar que um futuro melhor é possível é já ser feliz. Apenas quem alimenta esta crença consegue ter esperança.

A esperança é a felicidade que nos acena.

Noite com sol

Era noite naquele dia de sol, era noite dentro de mim.
Naquele dia de sol andava às cegas, perdido no mundo. Sem orientação, esqueci o trilho e embrenhei-me na floresta.
Por lá, havia medos e sons que me arrepiavam.
Era noite dentro de mim, todo aquele dia foi de noite para mim.


quarta-feira, 5 de abril de 2017

A esperança brilha

Linda é a luz que no céu brilha.
O brilho da luz é parecido ao brilho das estrelas no céu, é idêntico o seu brilho.
Vejo a luz que no céu brilha e dentro de mim escuto uma voz que também brilha, como a luz brilha no céu. O brilho da voz é idêntico ao brilho das estrelas.
Então, a voz que brilha iluminou a esperança e indicou-me o caminho.


A frase que em mim deixaste escrita

Leio as palavras que os teus olhos escrevem dentro de mim. No meu coração cada letra faz parte de um todo, cuja mensagem diz que me amas.

Filhos de Deus

Oiço um som - no som algo me é dito -, uma voz vestindo um casaco gasto passeia ao meu redor e desperta a minha atenção.
A voz que é velha, de barba grande e cabelo branco, olha para mim e diz que eu sou o seu filho. E que tu és o meu irmão, e tu a minha irmã.

O significado das horas

Pela tardinha, o homem subia uma rua cónica. Ao tentar alcançar o topo da rua, escorregou, numa rotação centrifuga, pela rua abaixo. Foi assim que o homem compreendeu que as ruas podem ajudar-nos a compreender a linguagem dos símbolos.
Enquanto deslizava, o homem olhava o seu relógio e esforçava-se para ver as horas. Porém, apenas notava os ponteiros a fazerem o seu propósito, apontando. Apontavam para um número, o oito. Contudo, o homem não sabia o significado daquele número.
Finalmente quando o homem escorregou até ao começo da rua, sentou-se num banco de jardim. Compenetrado, pensava no significado das coisas do quotidiano:
Tinha um relógio, e o relógio apontava agora para as oito horas e cinco minutos. Que significado encoberto poderiam ter aqueles números?
O homem sacudiu o pulso, o seu relógio estava certamente avariado, pela primeira vez não lhe dizia o que ele procurava saber. Por fim, retirou o relógio do pulso e jogou-o para o chão.
Entretanto passou alguém que apanhou o relógio, perguntando se era do homem.
Este dissera que não. Contudo, depois quis saber as horas.
A pessoa disse: Oito e meia, está na hora do jantar!
De imediato, o homem compreendeu tudo, e exclamou: Devolva-me o relógio, é meu.
Constrangida, a pessoa devolveu o relógio ao homem que apressadamente se levantou do banco dizendo: É hora do jantar!


sexta-feira, 31 de março de 2017

O castelo do reino das flores

- É um cheiro tão doce; perfume melhor nunca antes senti. Cheira :)
- Que doçura de perfume, onde apanhaste estas flores? – perguntou-me a Angélica.
- Olha, ali ao lado de casa - respondi.
- Onde? Que eu nunca as vi...
- Vem comigo, que eu mostro-te.
Ao chegarmos ao local, em lugar das flores estava um castelo encantado. Fomos convidados a entrar e fomos felizes até que o despertador nos acordou.
De imediato, o sonho ficou para trás, saímos do castelo e corremos para os nossos empregos. Todavia, quem sabe se, esta noite, não voltaremos a ser convidados a entrar no Castelo Encantado do Reino das Flores.

Um mundo de luz

Procuro escrever o teu gesto com palavras precisas. Sinto que te toco; e te vejo a escorregar para um mundo de luz, onde nos amamos.


quinta-feira, 9 de março de 2017

Num rodopio de silêncio

Na asa ferida de um pássaro, a morte acena, de sorriso mudo. O pássaro rodopia numa queda livre de sonhos por realizar. Já não há tempo, a morte chegou adiantada.
O corpo acelera na queda livre, para que nenhum atraso aconteça. Daí a instantes, caído num soar de trovão, o pássaro cumpriu a sua obrigação de morrer. 


Vida

Mundo este; redondo? Parece-me, a maior parte das vezes, que não. Todavia, quando olho o mar, acredito que sim. O mundo é redondo!
Para mim, ser redondo significa o mesmo que não ser redondo. Que me interessa a forma geométrica do mundo?
Só tenho um interesse nesta vida; qual vida?
És tu o meu único interesse, e por ti farei tudo. Por ti volto a afirmar que o mundo é redondo, como já o fiz em tempos, lembras-te?
Mas dessa vez, eles tiraram-me a vida; será?
Como eles se enganam. O mundo é redondo, definitivamente redondo. E eu não morri; de certeza?
Talvez eles tenham razão, pois sinto que morri um pouco. Mas não completamente, porque te tenho a ti! será?
Desculpa-me, sei que não és minha; mas eu sou teu! Vida.


quarta-feira, 1 de março de 2017

O correcto no contraditório

Transcrevo a seguinte opinião de Santo Agostinho, a qual, quanto a mim, responde na perfeição ao porquê da existência de teorias contraditórias válidas, quando ambas são portadoras de virtude: “Quem enuncia um facto que lhe parece digno de crença ou acerca do qual forma opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o facto seja falso.”



Quem Sou

Escorrego pela ribanceira, o meu corpo rola ao acaso, entrego-me ao destino. Numa súbita vontade de Deus, encontro uma mão que me acode. Alguém segurou a minha vida. Alguém me ajudou.
Eu sou a vida.


Viver sem morrer

- Quando durmo, quando o sono me leva, estou morto, morri; só volto quando acordo. O sono é a morte, a vida a vigília.
- Viver sem morrer é possível?
- Sim, se contemplarmos o nosso sono.
- Não quero morrer nunca mais.
- Permanece vigilante por toda a eternidade. Mas prepara-te, porque vais ter grande provação.
- Sim, eu sei, a maior provação chegará com a morte do meu corpo.

Vontade de viver

Tenho vontade de ser quem sou. Correr e saltar... na praia sonhar. Como um pássaro que brinca e canta, quero ser feliz, brincar e sorrir... viver e amar.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Alcançando o impossível

O menino gatinhava procurando alcançar o brinquedo no topo do céu. Lá no alto, um avião passava. Cá em baixo, o menino tentava segurá-lo.
Todos riamos com o sucedido. Todavia, o menino demonstrou a todos nós a importância de querer alcançar o impossível.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Escolhas

Fundo, inspiro fundo. Dentro de mim, a minha alma ri. Sou eu que grito: Afasta-te desse precipício!
No fundo, riu-me da vida. Com gargalhadas alvas despeço-me de quem fui, para renascer, de novo, rotulado. Desta vez, quero que me ponhas uma etiqueta diferente: «Ser de Luz». Porque a última etiqueta trouxe-me muitos dissabores, detestei ser horrível.
«Ser de Luz» parece-me imensamente melhor, vou ser feliz, tornar o mundo mais bonito, fazer-te sorrir. Prefiro ser um «Ser de luz».
E amar na vez de odiar.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Olhar de anjo

Lembro-me de ti, de quando tu e eu brincávamos no jardim do paraíso, depois tu nascestes e eu fiquei a olhar-te lá do alto. Sozinha vagueavas por entre a multidão.
Tantas vezes que eu te vi a olhar o céu. Tantas vezes eu chorei e, de todas essas vezes, tu dançavas à chuva, acolhendo as minhas lágrimas.
Sê feliz, aí em baixo, meu amor. Eu, por cá, estarei sempre a proteger-te.
Prometo.


terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O universo das auras doces

Uma aura doce é uma aura que abraça, que beija, que acaricia. Auras assim são sempre bem vindas.
Quando reparares que de ti os outros se afastam, mete a mão na consciência e observa a tua aura. Acredita, até tu próprio terás receio de ti. Até tu próprio quererás fugir, desaparecer de ti.
Uma aura doce é sempre uma aura que acolhe de braços abertos. É uma aura que consola tudo e todos, como se o universo estivesse ao seu encargo.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Memórias Passadas

Grito do fundo de quem sou, um grito seco. Suplico condescendência, mas essa é palavra cómica para eles. Riem-se de mim. Grito, mas cada grito meu tropeça numa gargalhada. Grito já só para os ouvir rir, ao menos parto com o som da alegria marcado na minha memória.
Todavia, agora digo, nem todo o riso é de alegria, existe um riso mais cortante que qualquer agonia. Um riso que se solta de um fogo que queima a alma.
Prefiro um clamor, prefiro um choro, ou até mesmo um bramido de dor, prefiro tudo isso a dar uma única gargalhada daquelas que guardei na memória.


sábado, 28 de janeiro de 2017

Da aurora e outros dois quadros

  • Quando a fúria de um supera a esperança do outro, a alquimia, a força prometida exaspera do conjunto. Apenas o guerreiro poderá suprir a necessidade do conjunto; baixa o queixo e engole a vergonha da humilhação, supera-te e assim serás duas vezes maior que no princípio.
  • Do fogo a desilusão explode! A paciência ferve no tempo, aquece o vaso, aguarda o esplendor. O fim ansiado... prometido? e nunca prometido.
  • Estuda o compósito para que nada falte, uma medida maior jamais poderá caber. A medida exacta funde-se como um rio no mar que acolhe o compósito. Mistura para que tudo saia perfeito, para que a cor seja rubra, como uma gota deslizando pelo cálice do senhor.

(o enigma das palavras revela-se na simples palavras: vida. Que é a alquimia perfeita, a transmutação divina do nada em tudo.)


Praticando o bem

Quando o bem anda lado a lado contigo, tudo é florido e as borboletas acompanham o teu caminho. Quando o bem acontece, os pássaros cantam e encantam quem passa - um rio cheio de bênçãos alegra o teu olhar e o perfume das flores é constante em ti.
Sê feliz praticando a amizade, e verás que o mundo é a tua morada; verás que Deus está contigo e que te guarda. Quem caminha com alegria abençoa o mundo, apenas quem caminha deste modo pode trazer a felicidade a quem sofre.



Um gesto de amor

A cada beijo descubro um mundo novo, sei de cor tudo o que sentes por mim. Sei do que te ris, quando te ris, sei do que choras, quando choras, mesmo que o teu rosto diga que não.
Conheço-te melhor do que tu imaginas, porque te amo. E quando amamos tudo é transparente em nós. O nosso amor é sempre de uma beleza sem fim, num gesto que abraça quem somos.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Girando no azul do céu a Lua

Uma bola branca, luzidia, rola no azul do céu de uma noite comum. Tudo é lindo nesta noite.
A bola rola pelo azul do céu e eu seguro-a no meu olhar. Em mim, a alegria aconchega o coração. Lá fora, longe de mim, a bola aconchega o mundo, reluz e mostra a todos o paraíso que há em cada lugar do planeta - dizendo que também nós rolamos no azul do céu.


Partiste

A verdura derrama-se pelo campo onde te vi nua. Bela, resvalando pelo meu corpo no caminho do meu coração. Chegaste num pulsar de sons. Partiste levando o que querias.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Escolhe quem queres ser

Repara nas passadas do sábio, ele caminha pelos mesmos caminhos que tu e eu, mas ele move-se de maneira distinta, os seus modos são distintos, o seu olhar é distinto, tal como distinto é o seu falar. Agora repara no tolo que caminha pela mesma estrada que o sábio, que diferença vês? Muita diferença há.
Escolhe o teu caminhar. Escolhe quem queres ser. Um sábio que caminha como «ser humano» na plenitude da expressão ou um tolo cujos passos são prisioneiros da ignorância.
Escolhe e sê persistente na tua escolha.


Portal

Subindo alto no céu, as aves procuram o portal para a existência dourada.


Os passos de Deus

Os passos de Deus são visíveis, semeiam o som do mar e alcançam a linha do horizonte.

(Admirando o mar parece que escuto os passos do criador)

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

As mais belas noites

Morango espelhado, da cor dos teus lábios. Toco-o, imenso como o teu corpo. No meu peito te tive, no meu coração permaneces. Morango imenso rolando na minha boca, teus dentes cerrados abrindo a tua alma para mim. Penetro-te como um galho desaparecendo na maré. E, dentro de ti, vivo as mais belas noites.


O correio esperado

Rolando no areal branco, as nossas sombras desfazem castelos encantados e aguardam o prazer. Tu e eu suplicando o fim, quando as nossas vozes ecoam um sussurro. E no brilho de um olhar, a rebentação entrega o correio esperado.


Esta noite

Por entre vagas as estrelas iluminam a rota e embelezam o teu rosto. Conversas contam gargalhadas e gestos aproximam encontros. Diz que me amas e que me esperas em ti. Mas hoje, esta noite, procura-me também, não me esperes apenas.  Também o meu coração aguarda por alguém especial.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Palavras escritas para ti

Encontro o vento e danço pelo céu, sentado à beira rio. Alegro-me com o que vejo. Sou feliz a olhar a dança que executo com o vento. Daqui também observo os teus olhos a lerem estas palavras. Palavras escritas para ti.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sigo em frente?

Encontro um ser no beiral da vida, este diz-me que sim, pergunto-lhe: «Sim, mas o quê?». De novo, responde-me que sim. Então, sigo em frente. Sem saber trazia dentro de mim esta dúvida.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Palavras do coração

Letra a letra a palavra se constrói, movimentos certos desenham formas na folha de papel.
- Que estás a escrever? - pergunta-me a figura pequenina.
- Escrevo palavras que me ajudam.
- As palavras ajudam-te, de que maneira?
- Quando escrevemos palavras boas, elas alegram o nosso coração - disse passando-lhe o meu lápis e a folha de papel. - Experimenta!
- Mas não sei o que escrever...
- É fácil, escreve o que o teu coração gosta de ouvir.
E a figura pequenina escreveu:
- Sou feliz!
De imediato, lágrimas de emoção surgiram no meu olhar e abracei-a.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Sou quem tu sabes

Tu sabes quem sou, por vezes esqueço-me dissoEsqueço-me de todas as vezes que saio para a rua e tu não acompanhas os meus passos. Vem comigo para a eternidade. Toma estas algemas e prende-me a ti, para que sempre saiba quem sou e para que tu não mais precises de mo lembrar.


terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Perspectivas

No alto do céu, no limite do que é visível, uma águia sobrevoa o mundo. Pequena ave vista cá debaixo, ponto minúsculo diz-me o que queres de nós. Tu que contemplas os nossos passos e, em silêncio, nada pareces desejar. O que ensinas tu?