sexta-feira, 21 de abril de 2017

A Fada e o Poeta

Uma fada púrpura dançava uma linda dança de encantar. Era a fada mais animada de todo o reino. Vem dançar; convidava ela a quem passava. Vem dançar comigo. Mas ninguém aceitava.
Aquele era um entardecer de oiro (todos os entardeceres são de oiro, e as noites são de prata, mas isso toda a gente sabe) em que, uma vez mais, a fada não tinha companhia. Por isso chorava. E chorava... chorava. De tanto chorar, um lago cresceu debaixo dos seu pés.
Sei como é difícil acreditar mas, com o tempo, esse lago cresceu tanto que se tornou num esplêndido mar; e a fada? A fada transformou-se numa linda sereia.
E assim foi, a sereia continuou, pelo mar, a convidar todos para dançar. Numa noite de prata convidou Camões, que por aquele mar navegava, e ele aceitou! Dançam até hoje, e tão bem que ela se tornou a musa de Camões, e Camões o seu par.
Que lindo par eles fazem; todos dizem.


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