Ao ver um menino a brincar lembrei-me do que disse Jesus Cristo: “Deixai vir a mim as criancinhas e não impeçam, por que delas é o reino dos céus.”
E reflicto em três porquês:
O menino brinca, porque quer trazer a alegria para dentro e fora de si mesmo, por isso ele brinca. O menino ri, porque quer trazer a alegria para dentro e fora de si mesmo, por isso ele ri. O menino graceja, porque quer trazer a alegria para dentro e fora de si mesmo, por isso ele graceja.
A alegria é parte intrínseca daqueles que cultivam o reino dos céus - porque não pensam nos porquês da vida!
» Eles não perdem energia com pensamentos destes: qual a razão de rirem ou de chorarem? Riem e choram porque é o que lhes vai na alma. O que isto significa é que, possivelmente, a chave para o reino dos céus está em sermos transparentes nas nossas emoções, jogando-as para o exterior de nós tal e qual como estão na nossa alma.
Rastejando até mim, aqui chegaste. Depois, quiseste alcançar a minha altura, tentaste e eu por compaixão te trouxe até cá, donde escutas o que te digo. Agora vai, sobe mais alto e sê maior do que eu, para que os meus olhos brilhem e o meu coração se encha de orgulho.
Há três semanas atrás, na tv a canção começou e o menino logo serenou. Deslumbrado, o Simão (o meu filho de dois anos) dançava ao som de "Assim Sou Eu", o primeiro single do novo disco SOL de Celina da Piedade . Daí em diante, dizia o nome de Celina pela casa e pedia para ver as gravações das actuações na tv (que começamos a gravar). É curioso como um menino de dois anos escolheu ser fã de uma cantora cujo público principal sejam os adultos. De facto, ele gosta de música em geral, mas nada semelhante com esta paixão: a Celina é indubitavelmente o seu ídolo. Não sei explicar a razão de tal acontecer, nem sei se estas coisas se explicam, só consigo apreciar o sucedido. Na verdade, a Celina é uma grande amiga dos tios do Simão, mas este nunca soube - será que a empatia nas amizades corre nas veias das pessoas e tem um fundamento genético!? Ontem o menino foi ao baile de danças do mundo na biblioteca de Palmela, e a artista convidada para animar o evento era, nem mais, a Celina da Piedade. Estávamos curiosos como reagiria ao vê-la, reagiu assim: antes do concerto cumprimentou-a com todo o respeito e consideração de quem cumprimenta o seu ídolo, com parcimónia. Mas logo que a música começou parecia que tinha pulgas nos pés, desatou aos saltos e pinotes por aquele lindo soalho de madeira, feliz a deleitar-se com os temas durante todo o concerto. Já no final, quando a Celina tinha terminado e estava a dar autógrafos, ele soltou-se da minha mão indo a correr para a artista. Furou por entre os presentes, agarrou-se à sua saia e, puxando-a, implorava-lhe o que todos os dias nos pede: «Mais Celina! Eu quero Celina, mais Celina». A artista afagou-o enquanto falava com as pessoas. Com o ruído na sala, não entendeu (nem esperava tal súplica, vinda daquele pimpolho de 24 meses), mas eu apercebi-me do que ele pedia. Ela, que é de um amor sem fim, brincou com ele. Entretanto, já no final, compramos o seu cd no qual fez a seguinte dedicatória: «Para o Simão, o meu fã nº1». De facto, a artista apercebeu-se do amor que o menino tem pelas suas canções, e eu não tenho dúvidas que a dedicatória esteja correcta. Ontem adormeceu a ouvir o cd, e hoje, logo de manhã, as seguintes palavras: «Cd Celina, eu quero Celina, mais Celina!».
Quem ouve o que eu digo? Se sim, ergue a mão para que te veja! Quero saber tudo de ti, donde vens, para onde vais, porque paraste aqui para me escutares. Só depois te deixo partir, não sem antes te abraçar.
A vida quer-se, assim, intensa! Para que os laços se fortaleçam.
«Sobe ao alto de ti, e observa. O que vês?» - Perguntou. «Não mais do que via lá em baixo» - respondi. Abanou a cabeça como que a desprezar-me, gritando: «Abre os olhos, ignorante, vê quem és!»
Para quem quer mudar tudo de uma só vez: a mudança deve ser lenta mas consistente, recordando aquela lebre e a tartaruga que venceu por fim! Todas as mudanças devem acontecer numa lentidão dos passos.
Escrever, palavra esta, escrever, que fazer com esta palavra?, palavra comprida, embora não muito difícil de dizer, es cre ver. Juntando es, que nada diz, com cre, que não diz nada e por último com ver. Esta última silaba que diz? Olhar, poder ver o que está escrito, poder ver o que as palavras dizem. Porém, e o que fazer a es e a cre?, que só juntamente a ver dão origem a escrever.
Que me interessa!?
Escrever, es cre ver, es cre ver, es cre ver, es cre ver, es cre ver...
Uma expressão carinhosa alcançando-me e a voz numa melodiosa ladainha.
Caminhando pelo Jardim, a empresária de sucesso conta-me como conseguira. Eu escuto-a, encantado pela simples facto de estar ali, a ouvi-la. Depois:
- O sol conforta-nos sempre, transmuta as nossas emoções - disse.
Eu, com um sorriso, respondo:
- Para mim, escutar o mar numa manhã de sol é um óptimo ansiolítico.
Ela então estacou.
- Acabou agora mesmo de sintetizar o segredo do meu sucesso. Encontrar a cada instante o meu ansiolitico... Sem químicos, claro! - terminou numa gargalhada, que soube bem escutar.
Acredito que mudei ao ouvir estas palavras, porque foi nesse dia que a minha vida tomou um novo rumo.
Hoje em dia, na minha profissão, considero-me um perscrutador de entusiasmo!
Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que formosa foi, ainda é e será pela eternidade que há-de vir. Bebé que foi, criança a crescer, mãe se tornou. A fé acompanha e ao lado de quem a estima permanecerá.
Sorria, Nossa Senhora, para que os seus olhos alegrem os céus.
Cuide, Nossa Senhora, daqueles que estima. Cuide de mim se me estima.
limpando o mundo que destruímos, clarificando tudo com um sopro de luz. E aguardar, para que tudo aconteça, livre do ódio.
Agora que o tempo limpou o nevoeiro, eu e tu contemplamos quem fomos. De nada te arrependes ainda? Pois eu sim, amado planeta, pois eu sim! De muito me arrependo.
Numa vontade expressa de emoldurar o mundo e para ele olhar, um casal cuspia conversas banais para o universo vazio.
- Que belo quadro - disse ele.
- E fica tão bem naquela parede - conclui-o ela.
Depois, com uma flexão de dedinho, ele exigiu um uísque; e para ela um cocktail colorido.
Então, pela noite dentro, falaram de intrigas com obscenidades; mais tarde, quando subiram para o quarto, estavam tão maçados que fizeram um sexo intenso todavia rápido e adormeceram logo; acordaram num hospício na manhã seguinte.
Da janela dum luxuoso quarto de hotel, viam um rio, árvores e um casal a passear os filhos num jardim.
- O mundo está louco - afirmou ela. Concordo plenamente contigo - conclui-o ele.