segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Memórias Passadas

Grito do fundo de quem sou, um grito seco. Suplico condescendência, mas essa é palavra cómica para eles. Riem-se de mim. Grito, mas cada grito meu tropeça numa gargalhada. Grito já só para os ouvir rir, ao menos parto com o som da alegria marcado na minha memória.
Todavia, agora digo, nem todo o riso é de alegria, existe um riso mais cortante que qualquer agonia. Um riso que se solta de um fogo que queima a alma.
Prefiro um clamor, prefiro um choro, ou até mesmo um bramido de dor, prefiro tudo isso a dar uma única gargalhada daquelas que guardei na memória.


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