terça-feira, 8 de novembro de 2016

Da educação

Penso que o saber é acima de tudo um pretexto para ensinar. Penso que ensinar algo, se não for feito com sensatez, é estar a subjugar o outro. Ensinar é difícil, é preciso saber ensinar. Para isso, penso que devemos, acima de tudo, acreditar que existe a possibilidade daquilo que sabemos estar errado, para que presunçosamente nada ensinemos. Deste modo, deixaremos o outro livre de nós, assim,alguém aprenderá alguma coisa.
Só se quisermos aprender, o outro terá hipótese de ensinar, se souber ensina, se, porventura, não souber poderá procurar aprender. Penso que a imposição, penso que a escravatura, seja ela qual for, deve, acima de tudo, ser enfrentada com coragem. É preciso enfrentar, é preciso não temer represálias - se com medo vivermos com medo caminharemos, e os predadores, aqueles que pressentem o medo, atacarão. E vão arrastar-nos para a sua gruta de vampiros e irão sugar todas as nossas forças - seremos escravos. O homem quer-se livre.
Os pais tendem a escravizar os filhos, não compreendem que estão a fazer deles seres inúteis, sem opinião, sem coragem para enfrentar o mundo. Os pais, apenas pensando nos seus próprios interesses, tendem a mandar nos filhos, tendem a impor-lhes regras despropositadas. As crianças querem-se livres, para que cresçam saudáveis, para que a sua personalidade acompanhe o crescimento do corpo.
Vamos lutar por um mundo saudável, e vamos fazê-lo alterando o modo como educamos os nossos filhos. Vamos fazer com que as crianças sejam livres de escolherem o melhor para elas a cada instante, mesmo que isso seja o pior para elas, mesmo que os pais, adultos que são, pressintam que isso seja a pior escolha. Avisamos e com amor informamos - é só isso que temos obrigação de fazer.
Os erros são uma duradoira lição.


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