quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Dos dons

Descobri que tenho um dom para...
viver. Embora me esqueça com frequência de o saborear. Este dom que nos é legado é o bem mais desrespeitado, tantas vezes jogado para um canto e esquecido. Durante uma fase da minha existência, há uns dez anos, visitei com alguma frequência o mestre zen Thich Nhat Hanh. Eu e a minha esposa caminhávamos com ele e os seus monges, vivíamos as suas rotinas. Por vezes, quem passava perto de um determinado sino, parava diante dele, e com cerimónia tocava-o. Então, todos fazíamos uma pausa nos afazeres e trazíamos a atenção para a vida que se desenrolava no nosso corpo e à volta. Funcionava como um lembrete..., puxava a nossa consciência do buraco do esquecimento em que pensando gastamos as horas. Confesso que me faz falta esse lembrete, a tocar várias vezes ao dia, para tirar partido do dom e viver.

Sem comentários:

Enviar um comentário