Se pudesse dar um prémio ao meu pai seria...
ôs-se para trabalhar nos caminhos de ferro portugueses. Como estava habituado a trabalhar muito foi aceite a colocar as travessas da via férrea. Depois do horário de trabalho começou a frequentar a escola, a qual completou com enorme sucesso. Nessa altura, dormia numas camaratas da CP e ainda hoje testemunhas me contam que ele, do extremo cansaço, adormecia com frequência sobre os manuais. Rapidamente completou a escola industrial e com a mesma rapidez se tornou um dos chefes das oficinas do Barreiro, onde trabalhou até morrer. Pelo que me dizem era duma cordialidade ímpar para com os colegas, sempre apaziguava, na vez de incendiar, e ganhou o respeito e consideração de várias gerações de subalternos. Depois do trabalho reparava sistemas de refrigeração e há cerca de 25 anos fundou uma das loja de electrodomésticos do Pinhal Novo Quando morreu, tinha eu 26 anos, o seu funeral comportou uma enormidade de participantes que lhe vieram dar o último adeus, porque tinha sido um homem bom, amigo. O pai dele, o meu avô, cujas pessoas raramente lhe enchiam as medidas, disse-me que o meu pai era uma das pessoas mais trabalhadores que conheceu e que era, isso mesmo, um homem bom.
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